segunda-feira, 26 de julho de 2010

O PARTO : acompanhando, registrando...

O dia amanheceu ensolarado, mas com o friozinho característico do mês de agosto. Estava bem ansioso, mas sabia que a Elizangela estava mais,e que eu precisava apoiá-la. Não sei se o que eu fazia era o ideal, mas tentava...talvez tenha parecido indiferente ..não sei!

Entramos no hospital e logo fomos atendidos e conduzidos à maternidade. A Elizangela entrou para ser preparada e eu fui para uma sala ao lado para colocar aquelas roupas de “centro cirúrgico”. Fiz isso rapidamente, pois não queria perder um único momento. Conferi mais uma vez se a câmera fotográfica estava com as baterias carregadas...para o pai às vezes não resta muita coisa a não ser ficar “calado” e registrar...Nesses momentos geralmente quem aparece nas fotos é a mãe, as enfermeiras, os médicos, o bebê...menos o pai...rsrsrs

A Elizangela estava lá sendo examinada pela técnica, que logo pediu as roupinhas para a Ana Luiza...que momento legal, viu?! Pegamos aquela roupinha lilás, que era a menor que tínhamos.

Ficamos em uma sala, onde ficam os futuros papais e mamães, mas naquele dia estávamos sozinhos...tinham camas para as mães e poltronas para os pais, era bem confortável. A Elizangela estava em uma destas camas, já estava com soro. E eu? rsrs. Eu estava lá fazendo tudo pra ela: alcançava revista, fazia massagem nos pés, nos braços, alcançava o telefone que tocava vez ou outra.

Pra mim estava tudo normal, minha filha “só” ía nascer pequena...estava ansioso, como qualquer outro pai de 1ª viagem. Era um frio que vinha na barriga, passava e voltava novamente...rsrsr

De repente ouvimos a voz do pediatra, sempre tranqüilo e alegre...estava rindo...passava grande segurança, apesar de ser tão jovem. Foi neste clima, que a enfermeira apareceu na porta e disse: Vamos! Os médicos já chegaram.

Nossa que susto! Mas enfim chegava o momento de ver a carinha daquele ser tão amado.

Entramos na sala de cirurgia, e o pai já foi dispensado: a anestesista prefere que o pai se retire. Deve ser uma coisa horrorosa, pra querer que a gente saia. Demoraram pra me chamar, eu muito metido e ansioso voltei pra lá...imaginem já estavam iniciando o procedimento. Me deram um banquinho e lá fiquei....Olhava pra Elizangela e sorria...olhava pros médicos operando e me apavorava..rsrsrs. Não era tão pavoroso assim , pois eu quase não via nada, tinha aquele pano azul atrapalhando...

Quando percebi, a anestesista, lá nos "papos" com a Elizangela, disse: Seu bebê vai nascer em um minuto!

Coloquei-me apostos com a máquina...rsrs. E fiquei lá, meio torto, tentando ver a Zizinha nascer. Quando o médico disse:

- Está nascendo...nasceu...e já está fazendo xixi....

Eu vi tudo aquilo...aquele bebezinho tão, mas tão pequenininho, saindo, encolhidinho. Logo ela soltou sua voz, delicada, num choro baixinho, mas bem marcante. E eu, que estava com todo o sentimento contido até então, quando a vi tão pequeninha, só consegui dizer: Nossa!

O pediatra colocou-a na balança e disse: 1.660 Kg- com aquele ar tranqüilo de sempre. Nessas alturas eu me limitava ao registro e a “corujisse” típica dos papais. O Doutor colocou a Zizinha na mãe, e levou-a para o berçário, para finalizar os procedimentos. E eu, claro, seguindo todos os passos.

Questionei sobre uma orelhinha, que parecia mais dobradinha. O médico me disse que era normal!

O médico foi preencher as fichas e a técnica do berçário me perguntou: Sua esposa fuma ou bebe? Eu respondi: Não!- um tanto surpreso.

O pediatra voltou a falar comigo, e me explicou, que a Ana Luiza era PIG (é a denominação dada aos bebês que nascem baixo do peso, ou melhor prematuros de peso). Me tranqüilizou, dizendo que ela ficaria ali, e que estaria bem cuidada. Eu tirei mais umas fotografias, até que a técnica pediu pra me retirar uns instantes, pois a milha filha precisava ficar no soro. Me abalou um pouquinho...mas sai e fui até a sala de recuperação, onde estava a minha esposa. Mostrei as fotos

e fiz questão de deixá-la tranqüila, até por que, eu mesmo estava tranqüilo, não via nada de tão errado assim: minha filha “só” era pequena!

A Elizangela foi para oquarto, e eu fiquei indo e vindo, do quarto para o berçário, do berçário para o quarto.

Ainda hoje não sei precisar ao certo o que eu sentia...estava tranqüilo, mas

queria muito que minha filha fosse para o quarto. Nem imaginava o que estava por vir...algo maior que eu me amparava. Deixamos as horas passarem e queríamoslogo falar com médicos.

Estou relembrando, e tentando ser o mais fiel possível no relato dos acontecimentos. Sei que isso é

a realidade da maioria, mas não era possível, não falar.


Na próxima postagem estarei relatando a conversa com os médicos, como foi receber certas notícias “duras”, como amparar a mãe e me controlar emocionalmente, a busca de consolo e a esperança!


Continuamos esperando as contribuições dos papais.

Abraços de muita amizade e respeito


Eloir

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